sábado, agosto 28, 2010

John, Johnny


Eu não sabia que Inimigos públicos (2009), do Michael Mann, filme que vi nesta madrugada de sábado para domingo, era baseado na história de um bandido de verdade, o John Dillinger, neste filme interpretado por Johnny Depp. Enquanto assistia ao filme, por diversas vezes pensava "nossa, como essa história é falsa, nunca que isso ia acontecer", e aí, como eu adoro mentiras e filme de gângsters, logo me senti atraída pela obra.

Mas então lendo críticas da Contracampo e da Cinética, eu descubro que o tal de John Dillinger existiu e assaltava bancos no período pós-Grande Depressão, não importa quantas mentiras o diretor tenha contado mesmo assim. E achei genial uma das últimas cenas, em que John Dillinger está no cinema assistindo a um filme chamado Vencido pela lei, e ele se identifica com a história e o perfil do personagem interpretado por Clark Gable. Aliás, o Michael Mann constrói o John Dillinger como um homem que gosta da fama, dos holofotes, do espetáculo (do qual o cinema também faz parte): vide a cena em que ele dá entrevista após ser preso e se mostra todo cheio de si diante da imprensa.

Enquanto ainda teimava que o filme era muito mentiroso, eu me fascinei pelo personagem do Johnny Depp. Primeiro que ele se apaixona por uma mulher chamada Billie, e diversas vezes a trilha toca músicas da Billie Holiday (aí eu já vou ficando facinho). Segundo que, quando ela diz que é descendente de índios e trabalha pendurando casacos de ricos, afirmando em seguida que os homens não gostam disso, John Dellinger, se fosse um homem comum, desconversaria. Mas ele reconhece nela o que o encanta: a marginalidade, que ele viveu desde quando ficou preso durante 10 anos por roubar 50 dólares.

Vale ressaltar: a cena em que ele está na sala de investigação do "caso Dellinger", e pergunta "quanto está o jogo?" aos investigadores que assistiam à televisão, ao que eles dizem o placar e voltam a ver o jogo, incapazes de reconhecê-lo debaixo do nariz, e Dellinger solta um riso cínico e sai de fininho, é simplesmente impagável.

2 comentários:

Pseudokane3 disse...

Estou com este filme em casa faz um tempinho, sou um fã discreto do Michael Mann, já havia lido sobre o real John Dillinger e não vi o filme ainda... farei=o com muito mais vigor, agora que te postas de maneira tão intensa diante do filme (heheheheheh)

Gosto assim!

WPC>

tatiana hora disse...

eu só vi outro filme do Michael Mann além deste, Colateral, e achei muito bom também.