sábado, novembro 11, 2006

eu vejo um mundo grande grande com poesias imensas imensas cantadas ao luar das janelas da noite ventanias passados mundos incertos de ninguém eu só queria esquecer que existe o tempo e ficar na dimensão exata dos meus espaços mas não caibo dentro de mim e me acasalo a tudo eu só queria estar exatamente onde estou mas meus sentidos desconhecem a distância que separa meu pensamento das coisas e as coisas são também palavras poesias eu só queria deixar de ser isso tudo para ser simples como um cão um bicho sem deus mas todos os deuses tenho eu distribuídos pelas plataformas os mares os trens que afundam nas nuvens da noite e acordam diante das neblinas não não quero a morte quero apenas a vida ao natural a vida do mar porque o mar não tem poesia nenhuma o mar é mar uma mulher é uma mulher e tudo se acaba mas era preciso não saber que se acaba porque pra vida que é apenas vida não existe morte nem poesia e temo que o presente se escape porque não o alcanço perdida nas idas e vindas do passado e do futuro que nunca chega e sempre vai embora me deixe dormir aqui apague a luz eu quero ficar só com meu lençol e peço a mim mesma pra não sonhar ah só quero deixar de ser deixar de ser sem morrer por um instante

2 comentários:

Danilo disse...

Legal. sério.

tatiana hora disse...

poxa, brigada =)