terça-feira, julho 13, 2010

Une femme est une femme

Eu podia amar essa mulher. Sim, tenho certeza disso. A sua beleza, desenvoltura, o seu sorriso de quem está de braços abertos pra me receber. Eu podia amar essa mulher. Estranho, achava que para mim só era possível amar um homem. Mas não. Eu a admiro não de uma forma fraterna, amigável, mas admiro com desejo e afeição. Porque ela parece estar explodindo o tempo inteiro diante dos meus olhos. Ela sai detrás das cortinas vermelhas e me mostra um mundo espetacular. Por ela eu nunca sentiria esse sentimento mesquinho que algumas mulheres sentem umas pelas outras. Mas adorava justamente o que fazia dela uma mulher, uma mulher como eu. Que podia chorar convulsivamente e dizer que queria morrer, mas não muito tempo depois já estava dando um riso debochado para a vida, e lutando pela vida, e dizendo na cara da vida que a ama assim cretina e ordinária do jeito que ela é. Eu podia amar essa mulher. Por que ela é assim? Por que diabos ela não ama ninguém e mesmo assim escreve e canta canções de amor? Eu podia amar essa mulher. Sim, e eu lembro dela quando escuto aquela música da Billie Holiday.

Me, myself and I
Are all in love with you
We all think you're wonderful
We do

Nenhum comentário: