quinta-feira, agosto 03, 2006

No exílio

Não posso deixar de sentir esse tédio flutuante
E de me perguntar o que eles tentam ser
Eu que sempre amei demais
Sonhei demais
Deixei as cartas desavisadas para quem quisesse ver

Não quero o jogo
Nem o que a vitória me oferece
O que quero não está aqui
Mas tenho de ficar por aqui
Pois não há lugar nenhum

Aceitar que sempre vou perder
Porque nunca quis ganhar esse prêmio
Mas outro prêmio não há
E para quê prêmios?

Aqueles que não querem um altar
Que sejam chamados de perdedores
Ainda não entendi porque deve haver deuses
Se o sol é o sol, e o mar é o mar

E dizem que as flores choram
Mas é apenas o orvalho
Também dizem que há destino
Mas as linhas tortas são acaso

E aqueles que não estão presos a esse lugar
Que sejam chamados de perdidos
Que vão embora, forasteiros
O lugar é nosso
Ame-o ou deixe-o.

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