sábado, setembro 20, 2008

Beleza. Então eu leio no jornal que vai rolar Beto Barbosa na Colosseo, e aquele velho esquema de boite de patricinha pá, oeee 200 primeiras mulheres entrada free oeee. Aproveito e chamo uma colega minha que estava aflita para torrar a fortuna que havia conquistado depois de dar aula a um pirralho (50 contos), e ela fica toda animadinha para ir comigo ao show brega no meio da high society.

Ok. Eu me empolgo toda, passo o dia inteiro ouvindo as músicas do meu ídolo de infância, aguento um monte de piadas do povo do msn (que viu o que eu estava ouvindo, e veio comentar "hahaha você tá ouvindo Beto Barbosa, Tati!!!"), enfim, eu me requebro na frente do espelho, ouço minha mãe dizer não-sei-quantas-mil-vezes "Ô Tatiana, eu não sabia que você era tão brega", canto "dance e balance e vem!" no banheiro, me arrumo toda e pá, e lá vamos nós, eu e minha amiguinha. Enfim, saí do meu universo de parque da Sementeira, all star, bandas de rock, shows da Plástico ou Coverama. Não por muito tempo.

Minha amiga e eu, duas fudidas, compramos um vinho Dom Bosco numa loja de conveniência, porque, afinal, o consumo dentro daquela boite devia ser caro pra caralho, e a gente não tem carro, e ainda ia ter que pagar uma porra de um taxi, etc e tal. Em suma, somos quebradas.

Depois de pegar muita pilha tomando vinho, enfim nos dirigimos à boite Colosseo. Não havia tanta gente assim na porta, era para haver muito mais, afinal, era O REI DA LAMBADA que ia dar um show naquela noite. Daí minha amiga teve uma brilhante constatação.

- Ô Tati, será que esse show é de graça mesmo?

- É sim po.

- Mas tem tão pouca gente...

- Ah velho, tá bom, vou perguntar ao carinha na porta.

Lá vou eu né...

- Ô moço, hoje o show é de graça né?

- De graça? Bem, eu não sei não. Deixa eu chamar o rapaz ali.

E eis que surge o rapaz, um cara bem grande e com cara de muito atarefado na noite.

- Moço, hoje o show é de graça né?

- Q! Não, hoje não tem isso não.

:S - E quanto é?

- 20.

COMO ASSIM? VINTE REAIS???? O pior é que o cara foi bem grosseiro, e respondeu como se minha colega e eu quiséssemos enganar o segurança dizendo que o show era de graça. Eu nem argumentei que tinha visto no jornal, e blá blá blá, mas fiquei muito puta da vida. Daí minha colega...

- Po Tati, não vamos embora agora, velho! Vai ficar muito na cara que a gente não vai entrar porque não quer pagar os vinte contos!

- O quê? E eu não tenho orgulho, não, minha filha. Não pago mesmo vinte contos por essa porra, e digo mais: nada de enrolar aqui pra disfarçar, e vamos embora logo porque já são onze e meia e o buzu só roda até meia-noite!

E assim termina a triste história de uma menina que esperava dançar lambada a noite inteira, e volta para casa antes da meia-noite, e aguenta gozação da mãe quando chega em casa. Como podem brincar desse jeito com o sonho de uma ex-criança de cinco anos?

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