quinta-feira, setembro 11, 2008

11 de setembro


Quando olhei a data de hoje, tomei um susto: né que é 11 de setembro? Então veio aquela velha pergunta: será que alguém vai realizar um ataque terrorista para celebrar a derrubada do World Trade Center?


Deve haver muita gente fazendo planos infalíveis para essa data. Ou não. Afinal, nessa época os EUA ficam armados até os dentes (ainda mais malucos do que de costume). Incrível como o espetáculo em volta da guerra mexe com a nossa cabeça. Quando penso em ataque terrorista, logo imagino algum mulçumano fantasiado de homem-bomba.

Do lado de cá, eu não comemoro o fato de o Brasil não viver em guerra, como faz minha avó. Seria redundante dizer que o Brasil vive suas guerras. Voltando ao assunto, lembro-me como hoje do meu 11 de setembro.

Não foi um dia que me trouxe comemorações ou lágrimas, apenas o olhar de "putz, para onde esse mundo vai ein?". Recordo o instante em que assisti pela televisão a visão espetacular do avião indo de encontro ao World Trade Center. Parecia coisa de filme, daqueles filmes que os americanos fazem porque vivem se cagando de medo de verem seu império ser demolido.

No dia seguinte, tive aula de história na escola. Meu professor, que vivia esbravejando sobre o quanto os EUA eram malditos na corrida para o Oeste e nas guerras no Oriente Médio, apareceu vestindo uma camisa com a imagem de uma das torres gêmeas sendo aniquilada por um avião, tendo logo abaixo da foto o seguinte dizer: "Isso é só o começo..."

Para mim, como disse antes, tal acontecimento não representa nem tristeza nem alegria. Só desapontamento. O ataque às torres gêmeas significa para mim, principalmente, uma grande bofetada nessa bobagem toda de pós-modernidade, de fim da geografia e fim da história, de soterramento das fronteiras espaço-temporais e blá blá blá.

Como se agora, porque pessoas de diferentes países podem conversar pelo ciberespaço, todo mundo fala a mesma língua, como se, porque tem coca-cola em qualquer lugar, as culturas serão unificadas. Daí, quando a gente vê um evento como esse do World Trade Center, percebemos que, se por um lado a globalização une, ela também desune, na medida em que provoca resistências ainda mais violentas de determinadas culturas que são dominadas por outras.

No mais, a globalização através dos meios de comunicação de massa nos proporciona essa experiência de assistir à guerra, de compartilhar o medo com o mundo todo, de ver imagens semelhantes, num universo em que a gente às vezes não sabe ao certo se está vendo o noticiário ou um filme.
Sobre a busca pela captura de Osama Bin Laden, a porta-voz da Casa Branca, Dona Perino, afirmou ontem:

- Há limitações humanas. Isso não é como nos filmes. Não temos super-poderes.




3 comentários:

e.m. disse...

Esse evento é consequência de um conflito anterior à própria globalização. Esta não é culpada, pelo menos por isso. É um dos conflitos mais antigos e, para os mulçumanos foi tido como necessário, para os americanos o evento mais contingente da sua história "infalível". Foi a prova que não existe nem Rambos nem Super-homens por aí. De fato, não comemoro o cenário, nem choro por isso, mas fiquei feliz em saber que os filmes de ação eram só de ficção e que todo o discurso frente ao poderio militar dos EUA, era só criação imagética do Steven Spilberg.

Mas tenho ainda esperança na resolução desses conflitos armados. Tudo deve-se às nossas escolhas políticas. Tudo é consequência política. Já dizia o velho Aristóteles: O homem é um ser político.

tatiana hora disse...

eu não disse que isso ocorreu em virtude da globalização.
eu disse que esse papo de que não existem mais fronteiras ligadas às categorias de espaço-tempo é uma GRANDE conversa fiada.

e.m. disse...

eu sei... relaxe, q esse debate é longo.. hihi

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