quinta-feira, julho 31, 2008

Gael, ME AME!


Gente, eu passo muito mal vendo Má educação. Aquela cena em que ele pula na piscina (huuum), ou aquela em que ele tá fazendo flexões (huum)... Gaelzito é, sem dúvida, o homem mais gostoso de todas as galáxias.

Gael, um T bem grande pra você!!! BEIJOS.

quarta-feira, julho 30, 2008

Para reflexão

Não estude, faça "amiguinhos".

pense nisso.

Tender

Tender is the night
Lying by your side
Tender is the touch
Of someone that you love too much
Tender is the day

The demons go away
Lord I need to find
Someone who can heal my mind

Come on, Come on, Come on
Get through it
Come on, Come on, Come on
Love's the greatest thing
Come on, Come on, Come on

Get through it
Come on, Come on, Come on
Love's the greatest thing
That we have

I'm waiting for that feeling
I'm waiting for that feeling
Waiting for that feeling to come

Oh my baby
Oh my baby
Oh why
Oh my
Oh my baby

Oh my baby
Oh why
Oh my

Tender is the ghost
The ghost I love the most
Hiding from the sun
Waiting for the night to come
Tender is my heart

For screwing up my life
Lord I need to find
Someone who can heal my mind

Blur

terça-feira, julho 29, 2008

Porque eu não gosto de psicólogos

Em diversos momentos tive, assim como todos têm, crises existenciais fuderosíssimas. Daí me mandaram pro consultório de uma psicóloga. Pulando de uma pra outra, nunca houve uma que me agradasse. Por isso tenho essa antipatia toda por psicólogos. Explico.

Ninguém é pago pra ouvir coisas boas da sua vida. Quando você vai ao psicólogo, vai pra se lamentar. Então a lamentação se torna um exercício constante. Tipo, naquele dia da consulta você nem tá a fim de observar analiticamente os seus atos. Ah, queria mais era caminhar no parque ou algo do tipo, mas já que a consulta está marcada, então vamos lá! Aí você vai deitar no divã e comentar sobre como o dia está lindo? Não! Você vai até as profundezas do seu "eu" procurar as chaves que abram a sua cabeça desmiolada. A partir daí é tudo um inferno sem fim. É que nem uma psicóloga minha que contou que houve uma época em que ela ia ao analista cinco vezes por semana. Já pensou refletir sobre si mesmo cinco vezes por semana numa consulta? Certamente nessas horas ela não falava de coisas simples, nem conversava bobagem, nem se preocupava com o mundo mais do que consigo mesma. Talvez a gente só precise disso.

A primeira pergunta que uma psicóloga faz (só tive experiência com psicólogas) é sobre seu pai e sua mãe. Sabe por quê? Porque pra eles a culpa de todos as suas nóias, angústias e comportamentos obsessivos é dos seus pais. Se eles forem separados então, nossa! Você certamente é uma criança traumatizada no corpo de um adulto. Então vivemos numa sociedade cheia de gente infeliz, já que o divórcio é tão comum né?

Se a psicóloga diz uma coisa sobre o que você é, sente ou pensa, e você discorda, ela olha pra você com o ar da maior sabedoria do mundo. Claro, a verdade é que você não sabe a verdade sobre você, mas o psicólogo sabe. Ele conhece o seu inconsciente. Mas se o meu inconsciente não está ao meu alcance, então é o psicólogo que vai postular os dogmas sobre minha personalidade? Eles sabem de tudo, eles conhecem a mente humana!

No mais, eu não tenho paciência pra psicólogos. Muito dificilmente mandaria um filho meu pra um. Não ia querer ver ninguém chegar em casa me responsabilizando por todos os seus problemas. Essa mania de botar a culpa nos pais provoca em muita gente um comportamento muito infantil: eu sou assim assado por causa da minha mãe e do meu pai e pronto. Como se os pais também não tivessem o direito de ser pessoas com defeitos e virtudes como todo mundo!!! Também não pretendo ter consulta marcada com as lamúrias semanais. Nem muito menos desejo ouvir alguém dizer que conhece meu "inconsciente" mais que eu.

domingo, julho 27, 2008

Café quente. Tarde nebulosa. Vento frio. Fechar as janelas. Computador. Nada de muito interessante. A vida às vezes me enche de tédio. O tal do supremíssimo cansaço... Às vezes tenho vontade de escrever coisas avulsas. A verdade é que nessas horas não há um pensamento uno que possa conduzir as minhas palavras. Tenho a sensação de que sou covarde. Penso que sou muito corajosa. Sinto-me plenamente senhora das minhas faculdades mentais, pura racionalidade. Percebo que há um impulso violento de irracionalidade tentando me corromper. Tudo é um grande conflito. Um dia a gente amadurece e observa com mais parcimônia as coisas. Chego a assustar as pessoas com tamanha racionalidade. Não observo o mundo como quem é triste. Também não o faço como quem é feliz. Antes vejo as coisas de forma nua e crua, o que não quer dizer realista, mas com uma sensibilidade profana. Misturo-me ao que está ao meu redor. É uma espécie de cópula. Não entendo essa minha vontade de me converter em palavras. Sei que sou feita de palavras, mas com elas fabulo uma relação erótica. As palavras, mais do que expressão do meu pensamento, mais do que o que constitui o meu próprio pensamento, as palavras me dão tesão. Elas se revelam como um corpo que aos poucos vai sendo tomado por outro corpo. A verdade, o que é a verdade? A vontade.... um dia desses vi que a verdadeira viagem não está em descobrir novas paisagens, mas em ter novos olhos. Tenho a vista cansada. Não sei se quero ter novos olhos ou descobrir novas paisagens. E Deus? Onde está Deus? O que é o desejo? Se eu seguir o meu desejo eu serei por livre por seguir o meu desejo ou serei escrava do meu desejo? Qual o limite entre as duas coisas? Precisamos de alguma coisa em que acreditar? As estrelas são apenas estrelas. Eu não me tornarei uma estrela quando morrer. Respeito a morte. Vive eternamente quem vive o presente. Respeito a velhice. Respeito a candura do olhar cansado, a cadeira de balanço, os passos sonolentos. O que eu vou querer da vida depois daqui? Eu não preciso de outra vida. A vitória da vida sobre a morte não é a minha alma fitando o meu próprio cadáver, não é a minha alma renascendo em outro ventre logo em seguida, não é a minha alma passeando pelos campos verdejantes do céu. A vitória da vida sobre a morte, eu nem quero. Que a vida seja a vida, que a morte seja a morte. A vida, é só o que eu conheço. Mesmo que um dia a morte chegue até mim só terá havido a vida. A vida que pulsa nos prazeres, a vida que às vezes provoca um supremíssimo cansaço. Amo a vida como um amor correspondido. Ela amou primeiro a mim.

sexta-feira, julho 25, 2008

Don't cry for me UFS

Passando na frente do bar da Vera cheio de calouros bebendo à vontade eu relembrei os velhos tempos de universidade. Sim, estou dando meu adeus a ela e desde já recordo com saudade dos velhos tempos. Aquele ambiente decadente de universidade pública, aqueles jovens (olha a velha kkkk) cheios de ideais, aquele pessoal que fica jogando dama em Beto, aquele povo que fica de pernas pro ar lá no bambuzal, aquelas filas imensas do restaurante universitário, com seus estudantes famintos por um almoço nojento, aqueles casais se agarrando nos bancos entre as árvores balançando com o vento, aqueles maconheiros "viajando" no Departamento de Lombra, aquelas meninas que andam de salto fino na areia, aqueles estudantes de Engenharia gritando sobre vetores na biblioteca, aqueles casais escondidos nas cabines da biblioteca, aqueles funcionários mal humorados da biblioteca, aqueles cachorros sujinhos andando a muito custo, aqueles gatinhos passando por entre nossas pernas, aquela aula que dá sono, aquela aula que dá vontade de debater. Enfim, tudo isso vai ficando pra trás. Se eu sou nostálgica? Sou sim, mas se eu queria passar mais tempo lá? NO WAY!!!!

Arritmia

Estava estudando hoje, quando, de repente, senti meu coração querendo sair pela boca. Num primeiro momento, fiquei muito assustada. Nunca tinha sentido aquilo. Tunf tunf tunf. Tunf tunf tunf. Angustiei-me bastante, senti uma leve falta de ar, tontura, não conseguia me concentrar no livro que estava lendo. As letras copulavam entre si, dispersas diante de meus olhos.

Minha mãe disse que é a tal da arritmia. Ela tem isso. Providenciou tão logo um remédio. Depois de um tempo me contorcendo na cama, comecei a ter prazer com aquela sensação. Tunf tunf tunf.

Lembrei-me de que sempre achei muito bonito as pessoas que ficam com o coração explodindo, querendo tomar conta do corpo inteiro. Agora era eu que sentia o big bang dentro do meu peito.

quinta-feira, julho 24, 2008

(L)

Um dia desses meu irmão estava muito triste. Coisa rara, posto que meu irmão não é pessoa de ficar cabisbaixa nem de reclamar da vida. Mais tarde soube que ele estava de luto pela morte de um amor virtual. Naquela época achei aquilo muito estranho.

Era uma menina muito bonita. Alguém haveria deixado no seu perfil um lembrete de que ela havia morrido de acidente de carro. Meu irmão me mostrou uma série de fotos da menina que ele guardava no computador, e comentou, olhando para mim na espera de uma definitiva e verdadeira resposta:

- Ela era um fake, não?

Suponho que sim. As fotos eram muito bem trabalhadas, pareciam retiradas de alguma publicidade, coisa de modelo. Meu irmão confessou que adorava conversar com ela, que os dois se falavam todos os dias. Disse ainda que achava estranho o fato de uma mulher tão bonita ser tão carente. É, eu falei a ele que geralmente as mulheres e homens bonitos têm muitas pessoas ao seu redor e não reclamam por tanta atenção.

Mentira. Conheci gente muito bonita que passa horas conversando e tentando ser do jeito que se é. Outra colega se apaixonou por um espanhol. Eles se vêem todos os dias... pelas lentes da webcam.

Por quem você se apaixona quando seu amor é virtual? Conheço uma moça e um rapaz, os dois amigos virtuais meus, que viajaram quilômetros para finalmente se conhecerem. O relacionamento deles dura até hoje e a paixão é fulminante.

Voltando à pergunta, por quem você se apaixona, se você não conhece a pessoa? São imagens fugidias, que despertam a sua curiosidade, nunca se tornando um corpo. Uma imagem se soma à outra, e você constrói um corpo. Algumas características se repetem entre as diversas fotografias. E a personalidade? Há as comunidades, que apontam o gosto, alguns defeitos e até mesmo angústias. Diversas semelhanças... Existem os depoimentos, que são o que aquela pessoa é segundo o que seus amigos dizem... Os amigos podem ser profundos, ou quem sabe escrevem apenas qualquer baboseira. Depende.

Aí então tem gente que vende seus pertences para ir pra bem longe... Há pessoas, como um conhecido da minha mãe, que viajou de lá da Alemanha para o Brasil para encontrar o seu grande amor. Se esses amores dão certo? Dão tão certo e tão errado quanto qualquer outro. Mas, de certa forma, são bem mais apaixonantes.

quarta-feira, julho 23, 2008

quando irão finalmente inventar o teletransporte?
seria uma maravilha pra mim!!!!

The word

Say the word and you'll be free
Say the word and be like me
Say the word I'm thinking of
Have you heard the word is love?
It's so fine, It's sunshine
It's the word, love

In the beginning I misunderstood
But now I've got it, the word is good
Spread the word and you'll be free
Spread the word and be like me
Spread the word I'm thinking of
Have you heard the word is love?
It's so fine, It's sunshine
It's the word, love

Everywhere I go I hear it said
In the good and the bad books that I have read
Say the word and you'll be free
Say the word and be like me
Say the word I'm thinking of
Have you heard the word is love?
It's so fine, It's sunshine
It's the word, love

Now that I know what I feel must be right
I'm here to show everybody the light
Give the word a chance to say
That the word is just the way
It's the word I'm thinking of
And the only word is love
It's so fine, It's sunshine

It's the word, love

Lennon e McCartney

terça-feira, julho 22, 2008

Maria Chiquinha

Velho, hoje eu me peguei pensando no quanto é escroto botar dois guris pra cantar essa música.

Que cocê foi fazer no mato, Maria Chiquinha?
Que cocê foi fazer no mato?
Eu precisava cortar lenha, Genaro, meu bem
Eu precisava cortar lenha

Quem é que tava lá com você, Maria Chiquinha?
Quem é que tava lá com você?
Era filha de Sinhá dona, Genaro, meu bem
Era filha de Sinhá dona

Eu nunca vi mulher de culote, Maria Chiquinha
Eu nunca vi mulher de culote
Era a saia dela amarrada nas pernas, Genaro, meu bem
Era a saia dela amarrada nas pernas
Eu nunca vi mulher de bigode, Maria Chiquinha
Eu nunca vi mulher de bigode
Ela tava comendo jamelão, Genaro, meu bem
Ela tava comendo jamelão

No mês de setembro não dá jamelão, Maria Chiquinha
No mês de setembro não dá jamelão
Foi uns que deu fora do tempo, Genaro, meu bem
Foi uns que deu fora do tempo

Então vai buscar uns que eu quero ver, Maria Chiquinha
Então vai buscar uns que eu quero ver
Os passarinhos comeram tudo, Genaro, meu bem
Os passarinhos comeram tudo
ENTÃO EU VOU CORTAR SUA CABEÇA, Maria Chiquinha
Então eu vou te cortar a cabeça

QUE COCÊ VAI FAZER COM O RESTO, GENARO, MEU BEM?
Que cocê vai fazer com o resto?
O RESTO, PODE DEIXAR QUE EU APROVEITO!
E ninguém tem culpa se alguma outra coisa é mais interessante do que qualquer outra que você esteja fazendo.

Essa frase do meu colega... me identifico total.

A fluidez do tempo

Eu quero encher o meu presente de presente
Eu quero esvaziá-lo de todo passado e todo futuro
- principalmente do passado, posto que o passado eu não devo deixar transbordar e inundar o meu presente -
E que o futuro represente
apenas uma vontade de continuar viva,
nada mais.

Desejo que o meu presente seja puro presente
Quem pertence ao passado, que fique no passado
Quem quiser voltar ao passado, que volte
Mas eu pretendo ficar aqui
e encher a minha vida, deixá-la repleta, toda feita de presente
Para que esse presente não deságue como um passado levado pela corrente de um outro presente mais adiante.
Ah, eu tenho isso e aquilo e aquilo outro. Eu sou a pessoa toda poderosa, eu sou alguém na noite. Uma hora você olha para pessoa e acha o máximo. Na outra, você pára e pensa: grande bosta.

Eu só quero saber o que faz eu ou você melhores do que aquele cara que tá catando lixo pra comer na rua. Nada!!!
Vou fazer um teste: se eu passar algum tempo numa casinha no fim do mundo e gostar, não volto mais.
Você de repente pode se encontrar diante de um problema moral. Há dois caminhos: um é aquele que você realmente deseja, o outro é o que te atrai de maneira inefável. O primeiro é racionalizado, pertence ao âmbito da convicção; o segundo perturba as suas bases sólidas, e te deixam no limiar entre a certeza e a incompreensão. Se em algum momento você escolhe o segundo ao invés daquilo que "você realmente deseja" é porque há algo de errado aí. É como deixar de ir para o aniversário da namorada por causa de uma mulher com quem você quer ficar naquele dia, e aquela parecia a grande oportunidade (sabendo que isso coloca em risco tudo o que vocês tiveram); em outra situação, é como você conhecer uma pessoa e ela te encantar muito mais do que aquela com quem você está (e isso num primeiro momento parecer apenas uma crise, até se tornar algo constante). Então está tudo certo, você acredita que gosta muito de uma pessoa, até que aparece outra que te chama a atenção para o que você não tinha percebido. É que às vezes ficamos contidos num mundinho, e se você olhar mais adiante, pode perceber que, na verdade, não estava gostando da pessoa, mas apenas não tinha olhado mais atentamente ao redor. Aquilo que você realmente deseja só é aquilo que você realmente deseja quando, no fim das contas, é a sua escolha. Caso fosse o que você queria de verdade, você auscultaria o que está ao seu redor e perceberia que o seu mundinho já é bem confortável. Se não foi o que você escolheu, é porque há algo de errado com o que você pensa que quer. Trata-se de um sintoma.

segunda-feira, julho 21, 2008

Nossa! Finalmente as coisas estão ficando claras na minha cabeça! E bem na época da TPM!!
Tá vendo? Depois dizem que o inferno é a TPM. Que nada.
Alguns acontecimentos têm apontado para o seguinte: aquilo que é por demais bonito, que impressiona, certamente tem uma outra face da moeda que é o contrário da que está na primeira olhada. Por isso, tenho preferido, como poderia dizer: é como entre o formidavelmente belo e o simpático, ficar com o simpático.

domingo, julho 20, 2008

Uma hora você pára e pensa: não, eu não sou igual a todo mundo. Não é porque um monte de gente faz isso que vou fazer também. Às vezes você sente um tremor que tenta pôr por terra aquilo em que você acredita, porque oras, todo mundo faz isso, pra quê ser diferente? Pra ser boba? Pra se machucar? Mas não!! Você olha ao redor, presta bem atenção, e vê que, por mais que sejam poucas, existem pessoas que compartilham dessa sua convicção. E você percebe que não deve corromper o pouco que ainda resta de magia.

sexta-feira, julho 18, 2008

We never change

essa música do Coldplay grudou de vez na minha cabeça... e de certa forma eu a sinto.
tá bom, esse blog é uma agenda de guria :P
mais do que nunca eu posso dizer: essa aqui não é o meu lugar... preciso ir embora!

I wanna live life, never be cruel,
I wanna live life, be good to you.

I wanna fly, never come down,
And live my life,
And have friends around.

We never change, do we?
We never learn to leave,
So I wanna live in a wooden house,
I wanna live life, always be true,
I wanna live life, and be good to you,

I wanna fly, and never come down,
And I live my life, and have friends around.

We never chang do we? no, no,
We never learn to bleed,
So I wanna live in a wooden house,
Making more friends would be easy.

Oh I dont have a show to say,
Yes, and I sing every single day,
We never change do we? We never learn to leave.

So, I wanna live life in a wooden house,
Making more friends would be easy,
I wanna live where the sun comes out.

quinta-feira, julho 17, 2008

domingo, julho 06, 2008

A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros na vida.

Vinicius de Moraes
Estou precisando de algumas certezas. Falta solidez em valores e emoções. Às vezes dá vontade de ser medieval, e ter crenças muito sólidas, coisas pelas quais eu morreria se preciso. Mas não. Tudo muito incerto, muitas perguntas, e quando pareço chegar à resposta, surge-me um novo questionamento que soterra definitivamente qualquer manto de certeza. No fim de tudo, uma vontade de ficar invisível, de sumir e não dar notícia pra ninguém.

sexta-feira, julho 04, 2008

A gente ama as pessoas, mas não percebe isso no dia-a-dia. Claro, porque seria um saco estar com uma pessoa que o tempo inteiro fica babando seu ovo. Só que às vezes é tão gostoso quando assim, do nada, eu olho pra alguém de quem gosto muito e sinto uma aura em volta do seu semblante. Daí a vontade bate muito forte, e eu digo: te amo! Ou até me esqueço de dizer "te amo", fico apenas pensando no quanto aquela pessoa é importante pra mim. Senti isso hoje olhando pra minha mãe ao telefone e, em outro momento, quando conversava sobre banalidades com meu irmão. O "te amo" não saiu, mas aquela sensação me arrebatou.
Depois que um professor disse que eu deveria ir para fora do país ou para o sudeste se quisesse fazer um bom mestrado em cinema, quando eu planejava ficar o mair perto possível da família, bateu uma dor no peito. Pensei muito nisso hoje, e já senti saudade. Por mais que haja desentendimentos, e que às vezes eu tenha vontade de sumir, é certo que nenhum lugar é mais aconchegante do que a minha casa, e sinto também que a minha família (entenda, minha mãe e meus eternos pequenos irmãos) tem o amor mais verdadeiro do mundo.

quinta-feira, julho 03, 2008

Cansaço...

Meu irmão costuma dizer que Fernando Pessoa era doido. Diz que o poeta tinha três personalidades: Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Doido ou não, sei que sinto como se eu fosse uma reencarnação de Álvaro de Campos. Não é brincadeira - sempre vejo a mim mesma falando através de Álvaro de Campos. Quando eu morrer, podem colocar na minha lápide: íssima, íssima, íssima...

O que há

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

quarta-feira, julho 02, 2008

Dizem por aí que quem ama várias pessoas, na verdade não ama nenhuma.
I don't know why I feel so tongue-tied

Don't get any big ideas they not gonna happen

now that you found it, it's gone
now that you feel it, you don't

Just as the drinks arrive
Just as they play your favourite song

Blink your eyes, one for yes, two for no

In a deep deep sleep of the innocent
I am born again

In my mind and nailed into my heels.
All the time killing what I feel.
And everything I touch
All wrapped up in cotton wool
All wrapped up and sugar coated
turns to stone.
And everything I touch

what are we coming to?
what are we gonna do?

Rain down, rain down
Come on rain down on me
From a great high
From a great high...high...

This is the place
Sit down, you're safe now

If you try the best you can
If you try the best you can
The best you can is good enough
Certos modos e feições da minha vida quotidiana — representados no meu ser constante
por desejos, repugnâncias, preocupações — sumiam-se de mim como embuscados da ronda, apagavam-se nas sombras até se não perceber o que eram, e eu atingia um estado
de distância íntima em que se me tornava difícil lembrar-me de ontem, ou conhecer como meu o ser que em mim está vivo todos os dias. As minhas emoções de constantemente, os meus hábitos regularmente irregulares, as minhas falas com outros, as minhas adaptações à constituição social do mundo — tudo isto me parecia coisas lidas algures, páginas inertes de uma biografia impressa, pormenores de um romance qualquer, naqueles capítulos intervalares que lemos
pensando em outra coisa, e o fio da narrativa se esbambeia até cobriar pelo chão.

Fernando Pessoa em Livro do desasossego.

Crime perfeito

Quando olhou pra mim e vi um riso contido, e as maçãs do seu rosto enrubrecidas, percebi que havia notado o meu encantamento. Era demais pra disfarçar. A sua postura paternal, a adultez mesmo nas brincadeiras mais banais, ele se esquivava. Tenho idade para ser seu pai. Teria me feito quando ainda criança - repliquei.

Porém, o rosto sobre a mão, o semblante magnetizado a observar precisamente os meus movimentos, que vi quando de repente me virei na sua direção, mostravam-me uma prova do crime. Mas o crime não aconteceu.