domingo, janeiro 28, 2007

Não faz assim

Universitárias adoram professores universitários. Mas essa paixão por mestres é algo que já vem de longe, pois muitas haviam se encantado ao ver um professor na quinta, sexta série, sempre tão acostumadas às professoras do primário que mais lhe pareciam mães. Então se antes estavam acostumadas à figura de uma segunda mãe, agora não vêem no professor um pai, mas alguma espécie de homem afetuoso que exerce poder sobre elas de maneira sedutora. E quando esse homem lhes parece dócil, surge alguma vontade de perverter a ingenuidade de um homem que pretende manter a reputação ilibada.

Conheço um desses. É interessante ver o Professor, pois agora vou chamá-lo dessa forma, rodeado de meninas tão cheias de sorrisinhos, coisas ditas no canto do ouvido, aproximações que beiram ao beijo na boca. Os comentários que me fazem acerca dele, então, nem se fala.

Dizem que ele é o homem mais desejado de um determinado curso da UFS. Quase todas as alunas já tentaram lhe arrancar um beijo e algo mais, entretanto, o empreendimento nunca deu resultados. Não adianta. Professor fica sempre lá, dançando no meio das meninas até colocar a mão na cabeça, perguntar-se em alto e bom som o que estava fazendo ali, e ir embora, como já o vi fazer certa vez.

Parece-me que muito lhe agrada representar o homem ingênuo. E já ouvi algumas meninas dizerem que era exatamente a "inocência" dele o que lhes dava mais tesão. Todas queriam ser a grande sortuda, a irresistível mulher que havia corrompido o professor.

E ele nem é tão bonito. Um homem comum, com uma pequena proeminência na barriga até. Mas é objeto de desejo de quase todas as meninas de um determinado curso da UFS, como já disse, e frequentador assíduo das festas.

O que me intriga é o fato de ele viver naquele meio sem nunca se misturar de fato. Não beijar ninguém, voltar cedo. O que faz ele por ali? Sabe, ele me lembra um padre. Sabe aqueles padres de novela que ficam fugindo da tentação? Só que nas novelas eles sempre caem, afinal, é isso o que a audiência, que ironia, católica, quer. Veremos.

Um comentário:

Danilo disse...

Isso no seu curso...a cena do meu é essa: o típico professor sucata (intelectual e fisicamente), que dá em cima das alunas sem conseguir resultado objetivo desde 1914, mas que é exemplo de um insistência e perseverança.

Olha, uma garota que der mole pra um prof meu depart ta é precisando de acompanhamento psicológico.

Ps.: Brigadão pela indicação do Armand Mattelart. Ta sendo útil pra caralho.