quinta-feira, dezembro 15, 2005

Rito de passagem

Há tempos em que a gente vive de acaso
Andando sem olhar para os lados
Como se já soubesse o caminho
Mas na verdade estamos perdidos

E há tempos em que o acaso é deixado de lado
E tomamos o controle das nossas vidas
Mas elas parecem tão pequeninas
Em seu berço leve e frágil

Choramos por já não vivermos mais
Só controlamos
Esperando saltar pelo ar
Mas o ar é mais pesado quando saltamos

Nesses tempos perdemos a inocência, os ideais
Eu comecei passando de acreditar em outros possíveis mundos nesta terra
A não acreditar em nada
Mas eu agarrava o nada como um último suspiro do que eu era
Agora o nada me serve sem que eu saiba

Neste mundo a tristeza é fazer o que não se quer
É estar onde não se encaixa
E sufocar todos os quereres
Para que o eu caiba
Onde fui escolhida para estar

É aí onde morrem os versos
Quando a vida fica sem poesia
Quando a gente se enterra com uma pá de inércia todos os dias
Pra depois alguém nos enterrar

Um comentário:

Anônimo disse...

POwtz...

Não gosto de rasgar ceda... tenho lido todos os posts... e te acho genial.