não é fácil 
nunca foi fácil 
entregar as coisas que revestem os sonhos da gente 
procurando as partes em volta do mundo 
como fragmentos perdidos nas causas sem rumo
não é fácil 
nunca foi fácil 
ser o outro e ser alguém mais 
e ter certeza de que tudo isso já trás
tanta felicidade 
e bem, não é verdade 
mas isso a gente só descobre quando tudo se desfaz 
mas é que a gente se desfaz 
porque antes havia na gente mais outra pessoa 
mas ela agora vive à toa 
e a gente fica à toa 
sem saber o que é andar 
eu que nunca soube o que era o certo 
fico com o destino incerto 
nunca sei o que me traz 
talvez a vida seja boa 
entre afetos e desafetos 
entre afagos e lágrimas tolas 
mas assim olhar pra trás 
e ver a frente como o vasto túnel 
onde a gente teme o que não conhece 
e uma luz dá medo do que virá 
não sei, não sei 
mas não é nada fácil 
construir tantos afetos que depois são desafetos 
e desvanecem como o sol por cima dos tetos da manhã 
quando não quero ficar acordada 
e puxo o lençol por cima da casa
porque pra ter amor 
a gente tem sempre uma dor 
e alguns se abraçam entre amor e dor 
e as feridas têm que cicatrizar 
ah não é fácil, amar nunca foi fácil 
porque todos os outros são infernos 
e a gente quer manter o céu certo 
mas à custa do inferno de não ser capaz 
e de céu e  inferno a gente vive 
e acaba no abraço do amor e da dor 
de amar sempre um pouco a menos ou um pouco a mais.
4 comentários:
É. Vc tem razão.
Se me perguntam sobre o amor revelo logo minha ignorância: Não sei.É o tipo de assunto que esta na estante de coisas maiores que eu. Mas se texto é definitivo, além de ser tocante essa frase “acaba no abraço do amor e da dor de amar sempre um pouco a menos ou um pouco a mais.” A medida é sempre errada.
também não sei. e talvez porque não haja medida.
A moça das palavras... :)
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