segunda-feira, janeiro 23, 2006

Palavras de um rosto anônimo dedicadas a um homem e seu cigarro

O que você vê quando se perde no horizonte
É você mesmo
E você está indo pra onde?

Caminhando a passos largos
Esses passos inseguros
Você não olha para os lados
Mas seu andar é tão confuso
A quem você quer enganar?

Respirando um cigarro
Porque o ar está te matando
Quando dá baforadas
Parece o dono do mundo
Deus tem medo do mundo?

Você tem medo de quê?
Por que mexe tanto as mãos?

Você dá risada de tudo
Mas parece nem ouvir
No que você está pensando
Que te faz rir assim?
Esse riso amargo

Tão angustiado
Quando fala sem parar de qualquer coisa
Por que somos tão banais e poesia é futilidade
Deus não existe e não há verdade
Você é o seu herói
E os anti-heróis são imortais

Quando vou passar por você nas ruas da cidade?
Andando a ignorar
Rostos desconhecidos e paisagens sem sentido
Só há você perdido num mundo vazio e ninguém mais
Ou há um mundo perdido com você vazio e tudo o mais?

Um comentário:

Anônimo disse...

A poesia é o auto-retrato do poeta. A sua ansiedade está desenhada nesse poema. =*