segunda-feira, julho 05, 2010

Impacto fulminante (1983), Clint Eastwood


Esta madrugada está daquelas de vento frio, vento que faz zoadinhas sombrias na varanda. É mais uma madrugada em que permaneço acordada com insônia e a solução... Mooooovies!!! :D:D:D Aí hoje eu vi um filme do Clint Eastwood, Impacto fulminante, no canal TCM.

Quando olhei a sinopse da Sky e soube que se tratava de um filme sobre uma garota, Jennifer Spencer, que sai por aí matando um por um os homens que estupraram ela e sua irmã há 10 anos atrás, eu pensei logo: ADORO filme de vingança! E me lembrei de um dos meus filmes prediletos, Kill Bill 1 e 2, do genial Quentin Tarantino.

Certamente Tarantino bebeu da fonte desse filme pra realizar o Kill Bill. Há muito dos trejeitos de Jennifer Spencer em Beatrix Kiddo, protagonista do Kill Bill. Só que o filme de Eastwood não tem a maestria do Tarantino na condução da narrativa e apresenta flashbacks extremamente toscos e personagens malvados risíveis. Quando o Tarantino vai fazer um flashback tosco, ele brinca com isso e dialoga com linguagens como a dos quadrinhos. E seus personagens perversos são risíveis não por serem patéticos, e sim porque são muito sarcásticos.

Mas tanto Tarantino quanto Clint Eastwood se inspiraram e muito no mestre do faroeste, o John Ford. E o tira Hanry, de Impacto Fulminante, tem uma postura e uma visão de mundo de justiceiro do Velho Oeste, algo que lembra o querido ator de John Ford, o John Wayne. Ele não é um tira como qualquer outro, ele é um policial marginal. Mas ao contrário dos protagonistas de O homem que matou o facínora (1962), de John Ford, que buscam estabelecer os valores da Lei e a afirmação do poder do Estado na selva do Oeste, o tira Hanry costuma passar por cima das regras da sua profissão, agindo como justiceiro, e é um inconformado com a impunidade da Justiça. Esse sistema para Hanry é falido. Por isso ele é marginalizado entre os colegas de profissão. E perseguido pelos criminosos impunes.

Só que Hanry acaba sendo incubido de investigar o caso que envolve o assassinato de vários homens que receberam tiros nas bolas. A assassina? Ela, Jennifer Spencer. Aí está uma boa sacada de roteiro cinematográfico: tanto Hanry quanto Jennifer são revoltados com a impunidade e gostam de fazer justiça com as próprias mãos, mas estão em lados contrários da mesa.

Não obstante, eu fiquei com uma dúvida. Por que diabos uma mulher bissexual com jeito masculinizado foi a responsável por levar Jennifer e a irmã para serem estupradas por vários marmanjos num parque de diversões? Seria essa mulher a encarnação de uma fantasia do imaginário machista? Fica a pergunta.

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