Durante muitos anos eu fui católica, muito católica. De rezar o terço todo dia, de ir à procissão, de passar a semana santa orando. Hoje em dia não me reconheço mais em nada disso. Mas estava pensando nesta madrugada, logo que terminei de assistir a Primavera Tardia (1949), do Yasujiro Ozu, (um desses filmes que me provoca uma sensibilidade tão sublime), que tantas orações que repeti com devoção fervorosa nada me dizem atualmente.
Lembrei da Ave Maria... algumas passagens me incomodam... "rogai por nós pecadores"... não gosto do dilema da culpa cristã, mesmo vivendo-o tantas e tantas vezes ainda hoje. E o Pai Nosso? "Não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal"... Também não aprecio referências a um mal externo...
Não obstante, recordei-me de uma oração em particular que até os dias atuais me emociona! A oração anônima atribuída a São Francisco de Assis, que sempre foi o meu santo predileto! Como é bela...
Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna!
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