Tenho que escolher o que detesto — ou o sonho, que a
minha inteligência odeia, ou a ação, que a minha sensibilidade
repugna; ou a ação, para que não nasci ou o sonho, para
que ninguém nasceu.
Resulta que, como detesto ambos, não escolho nenhum;
mas, como hei-de, em certa ocasião, ou sonhar, ou agir, misturo
uma coisa com outra.
Fernando Pessoa em Livro do Desassossego.
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