De repente a luz crepuscular invade a sala e me toca o corpo. Aceno com os olhos para a janela e vejo que a luz do sol é refletida pelas janelas do condomínio em frente, o Jardim América. Não sei porque, mas o tortuoso fio da memória me leva da luz crepuscular que adentra a varanda e impregna o apartamento com cores encarnadas, para algum canto da lembrança onde meu querido e falecido avô está na varanda da casa de minha infância. Vovô tinha essa mania de se sentar na varanda aos fins de tarde, e no justo momento em que os carros passavam pra lá e pra cá tão atrasados, tão apressados, lá se encontrava vovô, de acordo com o tempo, confortável com o passar das horas, contemplando o horizonte como se não houvesse aquela confusão toda no mundo. O que interessava a ele era o crepúsculo e não a "vida útil".
Essa luz... É como se meu avô tivesse vindo me visitar. Mas veio, nem que seja na lembrança. Saudades imensas!
2 comentários:
Nega, que verdadeiro!
Bom escrever sentindo, né?
uma dor-prazer estranha.
xeru,
t.
Condiz com o que vivo sentindo todos os dias. Por esse motivo é que tantas vezes penso que estou enlouquecendo...
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