domingo, outubro 21, 2007

Rebelião

Conheço um cara que estava trabalhando como monitor num colégio particular. O tal colégio mais parece um Big Brother, cheio de câmeras por todos os lados para vigiar (e depois punir) os alunos. Um modelo educacional bastante repressivo e que chega a colocar alunos aplicados em salas distintas das dos estudantes mais bagunceiros. Uma instituição que quando quer parecer mais humana manda os alunos pros psicólogos do colégio que os fitam de cima abaixo, e os colocam de castigo numa sala quando chegam atrasados. Um lugar onde as mães dos estudantes chegam com suas pulseiras de ouro, sua autoridade, seu ar de quem está pagando por um bom filho pronto diretamente saído daquela instituição.

Então, o cara que conheço, ao ver um desses alunos gazeando pediu para que ele retornasse à sala de aula.

- Tá pensando que você manda em mim? Tá pensando que manda em mim, que nem a vaca da minha mãe?

Meu amigo se assustou, é claro. Mas ele se espantou mais ainda quando ocorreu o episódio fatídico em que o tal guri ia incendiar o colégio jogando perfume no lixeiro e tascando fogo. Quando perguntaram ao garoto, ele negou com a frieza de um adulto psicopata no banco de réus.

- Eu não fiz nada disso. Se eu quisesse botar fogo nesse colégio eu ia começar por algo que queimasse logo tudo e não por um lixeiro.

2 comentários:

Grazielles disse...

Em pensar que já estudei num colégio assim (com as mesmas arrogâncias mas sem as câmeras...)
É de dar arrepios!

Anônimo disse...

Isso me lembra a minha época do colégio, havia sempre uma turma para onde eram mandados os "piores" alunos. Algo como 4ºF, 5ºF, 6ºF as turmas dos sem jeito!