Isso mesmo, amiguinhos. Nada de Olinda, terra oficial do carnaval de rua e da putaria generalizada, nem Rio de Janeiro, com seus carros alegóricos colossais e mulheres desavergonhadas. Não, nada disso.
A única vez que participei de uma festa de carnaval foi em 2007, quando fui a Neópolis. Cheguei lá toda animada, afinal, finalmente eu ia viver um carnaval de verdade! Doce ilusão...
Logo no primeiro dia, no momento em que eu estava me preparando para sair da casa onde eu e meus colegas ficamos hospedados, o amigo S. alertou-me de que não seria adequado pular no trio Zé Pereira usando óculos. Relutei e argumentei que eu sou ceguíssima, não enxergo bufulhas sem óculos, e não ia andar por aí tropençando nas pessoas em pleno carnaval.
Não demorou muito para que um filadaputa qualquer aleatório da vida jogasse com a maior força do mundo uma melequeira azulada bem na minha cara, e meus óculos foram lançados diretamente para a casa do caralho. Olhei para trás na esperança de pegar os meus óculos, e me deparei com uma multidão avassaladora me empurrando para frente (e possivelmente pisando nos meus queridos óculos).
Você não sabe o que é estar cega no carnaval. E no carnaval de Neópolis, onde jogam tudo que é melequeira na sua cara... ki-suco, café, farinha de trigo, etc etc etc. Eu simplesmente não tinha como me defender. Como era visível pela minha cara de perdida que eu estava vulnerável, então eu era um alvo e tanto. Eu era a pessoa que chegava à casa com mais sujeira no corpo.
Para completar, faltou água na casa. Ou seja, eu ficava toda melada e não havia onde tomar banho. Aí tinha que ir me lavar num chuveiro que ficava nos fundos da casa, que era aberto para o mato. Como se não bastasse, não muito distante do chuveiro havia um chiqueiro, pessoal, isso mesmo, um CHIQUEIRO, éeee, com porquinho e tudo. Nada contra os porquinhos, mas não me agrada a idéia de conviver com um. Mas isso não é tudo. Havia também um maldito moleque em tempos de "descoberta da sexualidade" que ficava o tempo todo querendo me ver tomando banho, e eu tinha que ficar ligada e dar aqueles berros SAI DAÍ, GURI.
Ainda não é tudo. Está certo que eu bebo sim, e estou vivendo, mas o pessoal daquela casa era bizarro. De manhã cedo me acordavam com umas cornetas dos infernos, e já iam me oferecendo uma latinha de Skol. No café da manhã, meu querido colega D. chegou ao cúmulo de colocar cerveja no cuscuz (quem não aguenta, come cuscuz com leite). Outro amiguinho simplesmente vomitava e, logo depois, abria uma latinha. Nessa brincadeira, com falta de água, houve momentos em que não havia uma gota de água sequer e eu tive de matar a sede tomando cerveja. O carnaval, que era para ter durado uma semana, acabou sendo de apenas dois dias, pois no terceiro pedi arrego e fui embora logo depois do almoço.
Esse ano me perguntaram se eu não queria ir para Neópolis. Eu disse O QUÊ, mas nem morta! Vou ficar por aqui mesmo, nerdando em Buracaju City.
4 comentários:
mermão, eu to me tremendo de tanto rir.. essa história de neópolis é a bad trip de sua vida..
HAHAHAHAHAHHAHAHAAAHAHA
merda dos infernos que eu fui ler seu blog aqui do trabalho e to rindo descontroladamente com o povo me olhando!
:~
...e jogando poker!Que é mais saudavél!
XD
seu carnaval desse ano deve ter sido melhor do q o de muita gente q estava em Olinda ou Neópolis... mas vou lhe arrastar pra Olinda qualquer carnaval desses. :)
tati, eu tb nunca tive muita sorte em carnavais não, inclusive esse ano sofri foi um acidente de carro. mas passar por essa onda toda que vc, mermão, eu diria que isso sim é um carnaval inesquecível!
haha, =)
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