terça-feira, abril 04, 2006

Lirismos nos dias

Penso sobre a poesia do mundo. Sabe, às vezes a rotina cartesiana despoetiza a vida. Mas a existência não foi feita para ser poetizada. Não há lirismo nos escritórios, nos semáforos. Minto. Há lirismo em todas as partes, mas saltando no ar ignorado pelas nossas almas inertes e quadradas. Vivemos o tempo dos relógios, e toda a nossa vida é regida pelos ponteiros das obrigações. Às vezes fico assim, sem poesia dentro de mim, e dá um vazio. Quando era criança, eu me perguntava. Ué, mas por que será que os adultos não ouvem música nem se beijam? E concluía: tomara que eu escute música e beije pra sempre.

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