quarta-feira, abril 26, 2006

Deus e o Diabo na terra do sol


Os grandes teóricos sociais, Marx, Weber, e Durkhéim, acreditavam na morte da religião com o desenvolvimento da modernidade. Segundo Durkhéim, havia algo de eterno na religião, ela seria um símbolo de preservação da unidade coletiva, mas isso poderia ser conseguido através de ideais políticos. Em plena alta modernidade, podemos perceber que a religião está ainda muito presente na vida das pessoas. E alguns dos acontecimentos mais drásticos da modernidade tardia têm relação intrínseca com a religião.

O iluminismo e a racionalidade burguesa edificada junto com o nascimento do capitalismo, numa negação ao mundo teocêntrico do medievo feudal, provavelmente provocaram as especulações sobre o fim da religião. Entretanto, vemos um homem que, semelhante àqueles da pré-história que cultuavam seus ancestrais, ainda vive encantado pelo sobrenatural.

Homens doam seu corpo ao sacrifício pela sua fé. Lançam-se contra estações de metrô, balneários, aviões, como os que dirimiram o World Trade Center, um dos ícones do capitalismo. É claro que eles não tinham intenções definidamente políticas, antes sonhavam com um suposto céu repleto de virgens, mas a sua fé tem um caráter de contestação por explorados. Eles, que vivem no mundo árido, de mulheres escondidas em burcas, e fome e desespero por toda a parte, querem destruir o Grande Satã.

Segundo Nietzche, a religião exalta o derramamento de sangue. Festas são feitas para imolar animais, cristãos têm nas suas casas o Cristo crucificado pendurado na parede. Deus pediu a Abraão que levasse seu filho Isaac para ser morto em sacrifício. Depois disse que Isaac não seria morto, tudo havia sido feito para testar a fé de Abraão.

A jihad precisaria do sangue de todos os infiéis, e quem não está a serviço do deus, está a serviço do mal. Esses guerreiros entendem o mundo pelo viés da religião, e vêem quem os explora como entidades terrenas malignas com áureas sobrenaturais. O ópio do povo é usado como arma de revolução, porque só do lado dos deuses seria possível destronar outros deuses, os dominadores.

A luta de classes motora da história é representada através dos ataques terroristas ao mundo ocidental. A religião, o ópio que acalmava os explorados, que os fazia crer num mundo póstumo de felicidade onde seria mais fácil um camelo passar por uma agulha do que um rico entrar no paraíso, agora é usada para espalhar o terror em impérios e cria diversas especulações sobre o futuro da humanidade. Qual será?

Um comentário:

tatiana hora disse...

eu não quis dizer que o mundo inteiro está num impasse.talvez tenha passado isso por causa do "qual será". enfim...
e concordo com o q vc disse
abraços
PS: quem porra apagou esse outro comentário? q blog doido. eu nem paguei nada, eu ein o.0