domingo, janeiro 20, 2008

Tem muita gente que não suporta o tal domingo. Dizem que é um dia sem graça, chato até. Mas ora, eu sou totalmente a favor do domingo. É com dedicação religiosa que aprecio esse dia, deitada na cama me espreguiçando, ouvindo música, vendo filme, lendo um bom livro. Domingo é o melhor dia pra ficar só, pra botar ordem na casa, pra organizar as idéias, pra apreciar arte, pra viver o tédio na sua forma plena. Que venham os domingos, sempre assim, aconchegantes, inspiradores e sonolentos.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Até tu, Brutus?


Fiquei chocada ao saber que Glauber Rocha, o famoso cineasta do cinema novo, tinha feito um filme encomendado por Sarney. Sim, o mesmo Glauber de grandes obras como Deus e o diabo na terra do sol e Terra em transe tinha feito um filme a pedido de Sarney! O professor do núcleo onde estudo audiovisual chegou a defender o filme Maranhão 66, onde Glauber apresenta como pano de fundo para um discurso de José Sarney no ano de 1966, a situação precária em que o estado do Maranhão se encontrava, o que evidenciava também a pobreza e a desigualdade social do resto do país.
- Vocês vejam que, mesmo num filme com tudo pra ser chapa branca, o Glauber aproveita pra fazer um cinema de contestação, que fala da realidade do povo brasileiro.

Uma aluna ficou indignada com o tal filme e ainda ironizou:

- Engraçado, ele falou mal de Limite, do Mario Peixoto, por considerá-lo um filminho burguês imitação dos filmes europeus que falavam de questões exitencialistas, mas ele vem e faz um filme desse que é igualzinho a qualquer propaganda política. O Sarney só faltou chorar.

É. Houve gente que disse que foi uma pena mesmo o Glauber ter morrido tão cedo, mas que, pensando bem, ele provavelmente bateu as botas a tempo, antes que virasse um capacho de homens influentes "de esquerda", ou qualquer Arnaldo Jabor da vida.

Eu, particularmente, não tenho a opinar sobre se Glauber deveria ou não ter morrido cedo, mas ora francamente, odiei o tal filme que ele fez sobre Sarney. Ninguém me venha com história de denúncia sobre a sociedade, ou de defesa de um político que na época tinha um discurso reformista. Na obra, nós vemos um povo sofrido que precisa de um herói, um salvador da pátria: Sarney. Em nenhum momento assistimos a cidadãos, a sujeito históricos, mas apenas vemos pobres coitados, ó vítimas da fome, que têm como luz no fim do túneo um político demagogo envolvido pela sua retórica de deidade terrena. A última cena do filme mostra, logo após apresentar doentes e crianças esfomeadas, a finalização do discurso de Sarney, seguida pela câmera que aponta para as milhares de pessoas que aplaudiam as palavras de uma espécie de Sassá Mutema (que só veio surgir nas telas da novela da Globo 23 anos depois).

Alguns fãs mais ingênuos comentam que o filme, na verdade, mostra a contradição entre as promessas dos políticos e a realidade em que vivemos. Mas ora, uma ironia como essa caberia caso se referisse a um homem que já estava no poder, e não a um homem que almejava chegar ao poder com propostas de mudanças radicais direcionadas ao bem dos mais pobres. O filme não termina por ser uma brincadeira de Glauber com a cara de seu cliente, mas é, sim, uma propaganda política como qualquer outra, agregadora de capital simbólico a um homem público como qualquer outra. Esse filme de revolucionário não tem é nada. Não passa de uma forma que o Glauber Rocha arranjou pra pagar as contas. E todos precisamos pagar nossas contas, não é verdade? Só não venha me dizer que está em nome da revolução.

sábado, janeiro 12, 2008

Apesar de ser uma pessoa muito cética, veja só, percebi que tenho um medo danado de gatos pretos. Pois é. Caminhando pelas ruas um dia desse, entrei em pânico ao ver um inócuo gatinho preto. Angústia maior ainda foi vê-lo miando e se contorcendo por entre meus pés. Pensei: fudeu, hoje vai ser um dia de má sorte. Xô gato, xô.
Eu não me reconheço. Que tipo de pessoa racional é essa que tá surgindo em mim?
Muitas mulheres falariam que o homem de sua vida seria bonito, carinhoso, fiel, rico, esse tipo de perfil que sai na Capricho, mas minha amiga realmente me supreendeu com sua observação sobre o que ela quer num homem.

"Eu preciso de um cara que me faça rir".

sábado, janeiro 05, 2008

Da escola do amorismo sintético

Foi motivo de indignação na escola o dia em que a professora pediu para escrevermos uma poesia. Eu me perguntava, mas diacho, como vou fazer uma poesia? Então perguntei a uma colega como se escrevia essas coisas poéticas.

- Tem uma poesia que é assim:
"Com A escrevo amor
Com P escrevo paixão
Com F escrevo Fulano
no fundo do meu coração". Aí é só você substituir pelo nome do menino que você gosta, e pronto, já é uma poesia.

Ah! Assim era fácil... Pois então, mas agora o meu novo questionamento era qual nome colocar. Eu tinha apenas 11 anos de vida e nenhum amor vivido. No máximo tinha começado a ter os primeiros sintomas de uma leve atração física por aquele menino da quarta série com quem eu vivia brigando, mas nada que me fizesse desenhar corações no caderno ou chorar ouvindo alguma música boba.

A solução era inventar algum amor. Coloquei o nome de um menino que não existia, e não recordo o nome agora. Depois entreguei a bendita poesia à professora. Não deu outra: foi bronca no dia seguinte.

- Teve gente, não vou citar nomes aqui, que colocou uma poesia assim:
Com A escrevo amor
Com P escrevo paixão
Com F escrevo Fulano
no fundo do meu coração

Morri de vergonha.

- Poesia não é cópia, poesia é criação. O que vocês estão fazendo não é poesia.

Ah meu Deus! Como é que eu ia escrever uma poesia? Depois de ler muitos poemas e poesias eu começei a imaginar o que escrever.

- Já sei. Eles usam essas palavras difíceis.

Prontamente peguei o dicionário e, para cada palavra que me vinha à mente, eu procurava um sinônimo pouquíssimo conhecido. Ao terminar a minha "obra de arte", lia com orgulho, e já me considerava uma futura grande poetisa que marcaria a história da literatura brasileira e sobre quem um dia alguém escreveria uma biografia.

Segui até a professora cheia de orgulho e satisfação.

- Que palavra é essa?- disse ela, numa mescla de desprezo e dúvida.

A professora me deu 6, o que achei uma grande injustiça. Achava- me até mais esperta do que a professora, já que ela não sabia o significado da palavra imersa na minha poesia tão complexa, sentia-me uma poetisa póstuma, incompreendida. Hoje sei muito bem que minha poesia era ruim de doer e não fazia muito sentido.

Um dia eu percebi que poesias não são feitas seguindo uma receita que nos orienta colocar os ingredientes amor e palavras difíceis. Dá até pra fazer poesia sobre fome e com palavras fáceis!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Ieda diz:
por falar em viadinho, pop n é nome de cachorro gay?
Tati diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tati diz:
eita ieda
Tati diz:
sei lá
Ieda diz:
é o nome do cachorro da avó de matheus
Ieda diz:
e é um poodle
Ieda diz:
e o da minha tia
Ieda diz:
q é lalinho
Ieda diz:
o nome de guerra
Ieda diz:
mas o nome verdadeiro é lion
Ieda diz:
é um leão com uma bola rosa
Ieda diz:
e colorida
Ieda diz:
p brincar
Tati diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tati diz:
tadinho ieda
Tati diz:
eu ja vi um cachorro gay
Tati diz:
comendo outro
Tati diz:
o povo ficou admirado
Tati diz:
não queria deixar
Ieda diz:
onde?
Tati diz:
na fazenda da amiga da minha mãe
Ieda diz:
os cachorros de david são assim
Tati diz:
tá vendo
Ieda diz:
ahh
Tati diz:
o povo é homofóbico
Ieda diz:
mikinho é doido p comer rabito
Tati diz:
se fosse cachorro e cachorra iam achar bonito
Ieda diz:
miquinho é pequeno
Ieda diz:
e rabito é grande
Ieda diz:
com ctz
Ieda diz:
e miquinho começa c as preliminares
Ieda diz:
o lambendo
Tati diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tati diz:
caralho
Tati diz:
lambendo o cu ne?
Tati diz:
velho
Tati diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tati diz:
a gente ta foda hj
Ieda diz:
n
Ieda diz:
o rosto e vai descendo
Ieda diz:
tá msm
Tati diz:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk