quarta-feira, outubro 08, 2008

Aplica-se em mim
Como dor sutil de injeção de sangue
Um tédio agudo
Que me suga
Como sanguessugas
dispersas sobre minha carne
O gosto de viver a vida
E torna-me vampiro dos dias

Não sei se quero mais
Não vejo nenhuma saída
O desespero
Como um assomo do começo
Da partida

Não tenho dinheiro
Não há como ir a lugar algum
Preciso de emprego
Onde não haverá ideais
Só o senso pragmático
E o salário para as coisas banais

O que eu quero não cabe nesse lugar
Talvez nem seja do ofício dos homens
O que eu quero me consome
Como se eu não quisesse nada além de sonhar
Como se todas as minhas forças
E todos os meus pensamentos
Convergissem na intersecção
da realidade de todos os amores vãos

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