- Você tem tantos irmãos? Hum... Então nunca está sozinha, sua casa está sempre cheia de gente né?
Disse ele. Com os olhos que não verteriam nenhuma lágrima. Respirando uma dor com gosto de fel subjugada pelo orgulho. Ele sabia o que eu havia compreendido. E se calou diante do meu espanto sem nem ao menos tentar se explicar, pois não havia como.
Naquele instante, eu entendi que toda a sua fortaleza e satisfação em si mesmo não passavam de uma solidão de homem abandonado pela mãe.
"Você é encantada", comentou certa vez. E admirava esse encantamento na mesma medida em que considerava uma fraqueza.
Eu nunca soube quem ele era. Apesar de tê-lo amado um dia.
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