Fumando uma carteira por dia,
o dia tem vinte horas de fumar
E todas as comidas
tem gosto de cigarro
E você, assim como a nicotina,
nessa vida de vícios,
todas as coisas acabaram contaminadas pelo seu sabor corrosivo
E minhas roupas cheiram a cigarro,
minhas mãos,
meu travesseiro,
meus discos
E não há chiclete
nem adesivo
Que eu masque na minha boca
Que eu cole na minha pele
Não há jeito pra isso
Não há remédio para quem ama cigarros
Há apenas essas baforadas antes do dia
Café, cinzas
Encostada no peito da janela da varanda
Sozinha...
Sozinha.
Um comentário:
É a fumaça negra da solidão, que um dia pensei e "escrevinhei" sentindo justamente a sensação do peito da janela da varanda, sozinha, sozinha...
Bjs, nega.
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