Estive me perguntando sobre o tempo que se passa enquanto sonhamos. Acredito que o tempo seja uma ilusão com a qual brincamos de entender o andar do mundo, uma concepção subjetiva que nos conduz no universo das coisas e dos sentidos, e dos sentidos das coisas.
Um indivíduo ao usar ópio pode aumentar em dez, até sessenta vezes, o tempo que decorre na sua mente. Então imagine como seria o universo onírico. Sim, porque enquanto o mundo se constrói e se destrói na realidade objetiva de tal maneira, qual forma de tempo se passa na mente daquele que sonha, percorrendo espaços oníricos imiscíveis, vivendo incríveis histórias em questão de poucas horas?
Sabemos que é impossível medir o tempo onírico, e ele faz parte da nossa inconsciência, tão distante da consciência que mede o tempo objetivo. São formas de realidade por demais abstrusas para serem compreendidas pelas nossas limitadas faculdades. Entretanto, uma coisa parece se mostrar certa: o tempo da mente daqueles que se encontram no sonho não é o mesmo dos que estão de vigília.
Quais seriam os limites do tempo onírico? Imagine o quanto a mente num estado de sonho poderia ousar e recriar o tempo. Ele não seria necessariamente nem maior nem menor, mas teria um movimento próprio, posto que a forma como a nossa mente sente o tempo sofre influências da realidade exterior, e no sonho o indivíduo só está em contato consigo mesmo.
Os relógios dos nossos sonhos são tão somente nossos e criados por nós mesmos. Nós passeamos para aqui e para ali, e ao fim de tudo para lugar nenhum que se possa determinar. Encontramo-nos em um não-lugar, ou na poesia da nossa inconsciência.
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