quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Eu sou uma sereia?


Um dos filmes que eu mais gostei na minha infância, quando sempre que chegava em casa eu almoçava e depois ia assistir aos filmes da saudosa Sessão da Tarde, foi Minha mãe é uma sereia. Lembro que fiquei com a imagem fixa da personagem da Cher. Adorava o seu jeitinho nômade, as guloseimas que ela cozinhava, a espontaneidade e ousadia. E foi aí que eu tomei a Cher, veja que coisa engraçada, como exemplo de vida. Não que eu tenha sido alienada pelo filme, longe disso. Mas digamos que ela era o que havia em mim: essa vontade de sair errante pelo mundo. E daí rolou a identificação. E hoje retomei a vaga imagem lá no cantinho da memória em que ela está.

Agora cá estou eu indo morar em outra cidade. E, para além da maravilha que é viver experiências novas em outro lugar, eu me pego preocupada com acertos de mudança. No fim das contas, penso que se mudar é muito complicado e talvez eu não queira fazer isso de novo.

Algo inquietante que envolve uma mudança de cidade é, afinal, o que fazer com as coisas? Isso mesmo. Meus livros, meus filmes, minhas roupas... Hoje separei as roupas que ainda quero usar daquelas que não utilizo mais e juntei em várias sacolas para entregar a alguém que precise. Havia muita, mas muita roupa que não me servia mais. Roupas de anos atrás, que hoje estão desgastadas ou que eu simplesmente julgo bregas. Ao observar as minhas roupas, descobri o quanto eu mesma mudei nesse tempo. Meu gosto, meu corpo estão diferentes.

E os livros, o que fazer com eles? Penso que nessa remessa só levarei os livros de cinema e os demais que envolvam minha pesquisa. Apenas um com grande valor emocional e que quero reler em breve, mas não tem nada a ver com o mestrado: Orlando, de Virginia Woolf. Mas fica também uma dorzinha de ter que abandonar por um tempo O Amor nos tempos do cólera, de Gabriel García Márquez, ou mesmo Lavoura arcaica, de Raduan Nassar.

Nessas horas, eu fico pensando se vou querer comprar dvds, diferente de como faço agora, que apenas gravo os filmes, ou se sequer vou gravar, já que depois terei trabalho de levar caso eu me mude, e então o mais adequado seria baixar de novo quando tivesse vontade de rever um filme.

Mas aí eu também fiquei me questionando se eu não estaria entrando numa onda de não construir nada para não ter de me separar daquilo ou não ter o trabalho de levar comigo. Essa noia torna tudo muito "descartável". Então eu não sei onde estarei depois do mestrado, se continuarei lá no doutorado ou irei pra outro lugar, não sei se algum dia vou voltar a me fixar numa cidade, e aí deu a doida não vou sequer comprar livros pra não ter de carregá-los?

Pois é. Espero que eu não aja assim também com as pessoas que encontrar pela estrada.

2 comentários:

Gomorra disse...

Aceito de bom grado um deste livros, visse? (risos)

Ah, este filme é soberbo! Quantas e quantas vezes o revi e quantas e quantas vezes me senti cúmplice do dilema que estas filhas enfrentavam sempre que a mãe queria mudar de casa para abandonar um problema - mesmo que este problema fosse a simpatia terna do Bob Hiskins...

Christina Rici está fabulosa, tentando se afogar (ou ficar debaixo d´'agua apenas) várias e várias vezes, mas é o tesão inocente que rolava entre a jovem Winona Ryder e meu sonho de consumo juvenil Michael Schoeffling que mais me destrupia positivamente à época...

E que atuação rica da Cher - e que trilha sonora!

Ah, a data da prtida estpa chegando...

Tudo dará certo, meu bem!

WPC>

allysson thierry disse...

comentário nada a ver...
esse filme é mt bom
kkkkkkkkkkkkkkkk