sábado, junho 03, 2006

Toda unanimidade é burra?

Na aula de redação na oitava série, a professora explica:

- Senso comum é o que todo mundo diz, é clichê, afirmação generalista e sem embasamento. Um exemplo é aquela velha frase "Políticos são todos ladrões". Para escrever uma boa dissertação, vocês devem fugir do senso comum, procurar se embasar para levantar argumentos fortes.

Depois de anos e anos de estudo, eu regresso à sabedoria popular.

Políticos são todos ladrões.

13 comentários:

Tudo disse...

Nem sempre é ... mas muitas vezes sim, como diria Nelson Rodrigues. No entanto nesta daí eu concordo absolutamente .... estamosa em sintonia, escrevi algo parecido tb ... rs
;-)

tatiana hora disse...

no caso com a pergunta toda unanimidade é burra? eu questiono se o fato de todo mundo (mesmo que não ache, geralmente nos referimos a políticos como corruptos) achar que político é ladrão é burrice, porque pro nelson "toda unanimidade é burra". eu discordo do nelson rodrigues.
e meu comentário foi meio que por decepção, por acreditar em determinados políticos e depois ter me decepcionado.

Anônimo disse...

Há controvérsia. Eu concordo intimamente com Nelson. Toda unanimidade é burra, nem todo político é ladrão - que é isso?! – e os inúteis, e os imbecis, e os débeis? Vamos lá, por que categorizar num só adjetivo. Toda política é um farsa da nossa capacidade democrática. Eles estão em parlamentos só para termos a falsa impressão de democracia.

tatiana hora disse...

eu não disse que toda unanimidade é burra. eu quis dizer que não é.

será que é burrice todo mundo chamar político de corrupto?

Anônimo disse...

burrice já não digo. Mas um leve generalização...

tatiana hora disse...

concordo que eu devo estar errada. geralmente eu discordo muito de mim :P
mas assim, a própria forma como se faz política é desonesta, quando se faz aliança com aqueles que têm posicionamentos ideológicos adversos em nome de votos, quando se usa argumentos para sensibilizar o eleitor, e não para fazê-lo refletir. tudo faz parte do espetáculo.

Anônimo disse...

Deixa eu ser claro pra evitar mal entendidos: Eu sou democrata porém não quero cair num discurso esquerdista meio cínico que consiste somente em dizer que a grama do vizinho é melhor, digo, que tudo se resolverá com uma grande revolução saindo do capitalismo pra sistemas alternativos . Primeiro por que eu acho que revolução se faz de dentro pra fora: mudando-se a condição humana, segundo por que eu tenho uma certa incapacidade de pensar assim de maneira simplista - vou ser breve, já incomodei demais - o que se quero dizer é um que político num sistema capitalista não manda em nada, tudo gira em torno do grande capital das grandes corporações... Desgraçadamente em política minha visão esta a meio caminho entre a desilusão e o pessimismo... Infelizmente... (soei meio boçal, que remédio, vou deixar assim).

Anônimo disse...

foi eu quem escrevi.

tatiana hora disse...

também acho que a política no sistema capitalista gira em torno do capital. mas ora, a política sempre girou em torno da classe dominante, essa não é uma característica particular do capitalismo. o Estado sempre esteve a serviço dos propósitos da classe dominante, e quando atende aos desejo da classe subordinada é somente uma forma de negociação barata para manter um determinado status quo. daí vem os meus questionamentos sobre os políticos.
será que é mesmo possível haver líderes políticos sem haver relações econômicas de poder?
e o que queremos quando falamos em democracia? porque vivemos numa democracia representativa e ao cidadão cabe apenas votar. mas não seria necessário acabar com a dicotomia Estado e sociedade civil? Tornar o Estado público?
Quando as decisões acerca da vida política são tomadas pelos políticos, eles desde já nos roubam alguma coisa. Eles nos alienam da vida política. E suas decisões costumam girar em torno dos interesses do mercado. Nós participamos de esferas públicas de discussões acerca da vida política, mas esses debates se restringem a uma mesas de botecos, viram entretenimento, espetáculo.

Anônimo disse...

Tudo bem, deixa eu por um grão de areia nessa engrenagem de consenso. rsrs. Devo dizer logo que, a sério, não acho que o conceito de classe dominante seja realmente determinante nesse sentido; a classe dominante é muito volátil. Quem explica pra mim que um operário - vou usar o estereotipo - tenha rigorosamente o mesmo comportamento de um burguês quando se torna um? Digo isso aceitando a idéia de que um operário possa se torna burguês (o que é beem raro). Bom, o que responde a essa pergunta pra mim é isso: se trata da condição humana, no caso, a condição humana capitalista que diz em umas quantas palavra que a maior virtude do homem é ser um consumidor; é ser bom cliente acima de qualquer outra coisa. Honra, reposabilidade, austeridade - sobretudo austeridade - são conceitos que a condição humana no capitalismo ignora ou substitui, entende? Pra mim não tem muita importância saber quem é classe dominante e classe dominada, porque somos todos, dependendo da situação, classe dominante. Pra mim, o importante é saber como mudar essa condição humana; é dizer que somos um ser social e que há outros valores mais importantes e que não podem ser substituídos como honra, entende? amor, liberdade... A idéia de que se pode quantificar, dar valor monetário às coisas é uma idéia, pra mim, sofrível.

PS.: é isso. Espero não ter parecido arrogante. Quanto a filosofia de boteco, bom, não tenho encontrado pessoas em boteco que me dizem isso que está aqui nesse blog...Não ligue por meu português, ele é horrível.

tatiana hora disse...

sim, claro. é muito provável a possibilidade de se um operário chegar ao poder ele agir como um burguês. eu não sou socialista, eu não acredito que se a classe operária tomar o poder acabarão as classes, e então haverá o comunismo. não mesmo. acredito que o que haveria é um controle estatal, a formação de uma nova classe dominante, e não a quebra da dicotomia Estado e sociedade civil, e não o acesso de fato do público às tomadas de decisões.
e é por isso que acho que a política é baseada em relações de poder. e isso não deixa de estar ligado ao poder econômico, a questões de classe, que não acho um conceito sofrível.
eita discussão ein?

Anônimo disse...

viw, vc mato o teu profile de novo!
fez um novo?

tatiana hora disse...

gustavo cinéfilo?
Ô meu fio, que saudade de tu!
criei outro orkut não. depois falo contigo.
xero, perdido!
:*