Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luis Vaz de Camões
Um comentário:
Vc já viu um mail que circula pela Net sobre uma vestibulanda que analisou este poema sob a ótica dos relacionamnetos moderno-virtuais??
... me lembrei disto agora (é engraçado demais!!)
;-)
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