Sempre tive uma relação estranha com os esportes. Fã das Olímpiadas, encantada pelo que chamam de espírito olímpico, emocionava-me ao ver as belas histórias de mocinhas da ginástica olímpica que quebram a perna e continuam sua apresentação, bem como imitava aquele célebre golpe de Daniel Sam em Karatê kid. Mas a verdade é que quando começo a praticar alguma modalidade, me empolgo, me dedico pra valer, até o belo dia em que enjôo e passo meses e meses praticando a arte de dormir e passar horas diante do computador. Acho que esse negócio de atleta não é pra mim.
Tudo começou na quarta série, quando eu fugia das aulas de educação física. Quando ia por pura obrigação era um tremendo desastre. Meus colegas ficavam putos, me botavam no time reserva, e nas poucas vezes em que eu participava de um jogo de futebol, ficava parada e deixava as pessoas com seus chutes na perna, faltas violentas, broncas da professora gorda que ironicamente dava aulas de educação física.
Nunca vou me esquecer do dia em que não chutei pra dentro do gol uma maldita bola que graça aos deuses do inferno veio parar bem no meu pé, pé esse que estava logo em frente ao gol, gol esse que estava sem goleiro. A bola foi ignorada, e rolou tranquilamente para fora da quadra, quase como se zombasse dos "atletas". E um grupo enorme de pessoas ficou ao meu redor me xingando e me fazendo ameaças. Por que as pessoas levam o futebol tão a sério? Tsc tsc.
Bem, minha segunda experiência com esportes foi na quinta série. Entrei no GRD, o esporte das patricinhas que se vestiam como barbies e moravam na 13. Aquilo não era lugar pra mim, eu não tinha uma mãe rica que vinha me buscar na escola com o carro do ano e que falava com a diretora balançando a pulseira de ouro. Mas eu adorava o GRD e vivia dando cambalhotas dentro de casa. Gostava do GRD, mesmo com uma professora carrasca que empurrava a gente até nossas pernas estalarem na hora de escalar, mesmo sem pesar 40 quilos, mesmo com uma platéia de meninos punheteiros na quadra.
Um dia eu simplesmente enjoei do GRD. Aí então passei uns cinco anos sem praticar nenhum esporte. Até que descobri o universo das academias. Em outra experiência traumática, achava extremamente divertido aumentar a cada semana a quantidade de pesos que levantava, adorava ganhar do meu irmão na queda de braço, me regozijava ao ver que levantava mais peso do que alguns homens. Era bom ser forte e correr por meia hora na velocidade de 8,2 km/h. Imaginava até que podia ser bombeira, policial, que eu era foda, enfim. Até o dia em que enjoei de ser forte, e virei uma pessoa normal que dorme e passa horas na frente do PC.
Já caminhei, já caminhei muito e era feliz por fazer caminhadas na 13 e tomar água de coco ao final do percurso. Uma coisa bem light, sabe. Mas a poluição da cidade, dos carros que passam espalhando seu monóxido de carbono pelo ar, me trouxeram ao mundo real. Eu só queria caminhar no meio da natureza e ser hippie, mas preciso ganhar dinheiro.
Hoje eu sou uma pessoa normal que passa horas na frente do computador e dorme. Minha próxima tentativa é fazer yoga. Já estou vendo eu me achando o máximo, me contorcendo, falando pros meus amigos das maravilhas da yoga, porque a gente procura o equilíbrio, porque é uma atividade que educa nosso corpo e nosso espírito. Até eu voltar a ser uma pessoa normal que passa horas na frente do computador, e se estressa no dia-a-dia, e que ao chegar em casa quer mais é saber de dormir e tá pouco se fudendo pra esse papo de educar o corpo e o espírito.
2 comentários:
Sempre que dá vontade de fazer exercícios, volto pra cama e fico quietinho esperando passar...rs
bjs
mermão, mim indentifico PRA CARALHO!!!
HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHHAA
tati, pqp, eu até queria fazer yoga, mas devido as condições preguiçescas, acho que vou ficar aqui na frente do pc fazendo meus pseudos exercícios mentias, como entrar no orkut e postar minhas fotos no meu fotolog super badalado
:*negona
e eu tenho um babadão pra lhe contar de mim
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