Ninguém perdoa as pessoas que perdem o controle. É aquela velha história, alguém vem e dá pitaco na sua vida. Ninguém acha isso legal, né, todo mundo concorda que tá errado. Até que você diz um estonteante "vá cuidar de sua vida!". Pronto, fudeu, agora tá todo mundo contra você.
É assim desde o início dos tempos. Quem perde o controle vira vilão. Podem te encher o saco à vontade, mas se você soltar um "vá se fuder"... Aí já viu, você tem culpa de tudo, como é intolerante, é preciso educação e paciência.
O mais engraçado disso é que o politicamente correto é a ironia, o sarcasmo, a vileza do comentário sutil. Tudo nas entrelinhas. Nada claro e dito às alturas. Você, caro (a) colega que já mandou alguém se fuder, fez papel de tolo (a)! Eles querem pessoas que saibam ser cruéis com poucas palavras. E isso é uma arte. Quem é afeito aos gestos expansivos e às emoções fortes faz papel de bobo da corte e ainda é levado ao chacote em praça pública.
Não seja um (a) fraco (a). Não dê uma de Bukowski ou Fernando Pessoa. Revista a sua raiva numa áurea de vileza contida, nobre, casta, de quem é superior. O que Jesus Cristo não soube fazer diante dos comerciantes no templo.
2 comentários:
é a mágica da censura prolixa, com gestos e sorrisos...mas censura. Um abraço caloroso, macio mas... com uma faca nos dentes e navalha nas costas. É essa nossa escola de etica.
Putz, você disse melhor do que eu poderia dizer. E se eu dissesse me mandariam tomar lá.
Difícil caminhar com um pé na coerência e franqueza das virtudes e com outro pé na segurança das cabeças duras que espetam nossos pés como ferrões de arraias. Acho que são esporões da cristalização de suas mentes que sobem como apêndices ósseos (cornos) perfurantes para os pés daqueles que andam descalços ao invés dos sapatos da "educação, tolerância e paciência".
Usemos nossos coturnos da ironia, e já que trazem como acessório uma almofadinha políticamente correta na ponta.
E hajam testículos a serem chutados.
Um grande abraço do Euláliio
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