sexta-feira, outubro 20, 2006
I think I'm paranoid
Acordo, mas prefiro permanecer de olhos fechados. Tenho fastio de novos dias. De repente, não mais que de repente, uma lembrança me vem à cabeça como um vulto. Agora, a dúvida: teria isso realmente acontecido, teria essa pessoa realmente me dito isso, ou não passa de nóia criada pela minha mente com uma incrível capacidade de invenção e fabricação de pensamentos descartáveis? Brilho eterno de uma mente sem lembranças, meu filme favorito, lembrei-me dele nesse momento. Depois, o dia inteiro não passou de uma sequência de lembranças vazias, de memórias avulsas, de idéias deveras desconexas. Acredite, é muito angustiante perder os limites do real. Você se pergunta, se pergunta, mas está num labirinto de flashs, nada que se possa estabelecer uma narrativa. Não adianta. Por mais que eu tente descobrir se era sonho ou realidade, é como um amigo disse: a maior parte do que você lembra é uma história criada por você. Lembramos de pessoas em situações nas quais elas na verdade não estavam, perdemos a linearidade, imaginamos feições, gestos, que só existem nas nossas interpretações. Rememorar é uma grande invencionice. Achamos que podemos alcançar o passado, que ele estará lá numa gaveta à nossa disposição. Mas não passam de memórias esquizofrênicas e vacilantes.
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3 comentários:
é verdade, memórias esquizofrênicas e vacilantes....
comigo acontece também, o tempo todo!
reeditamos continuamente nosso agora, alguns desenvolvem a consciencia disso e outros (mais raros) conseguem descrever pros outros
Raríssima Dunya...
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