Depois de contar a um amigo o fato de ter me decepcionado com determinada pessoa, assim que ele se pôs, como sempre faz, a defender a tal pessoa, sua namorada fez uma intervenção inusitada.
- Cuidado com o que você defende.
Essa frase sintetizava em poucas palavras a indignação que ela tinha por ele costumar ser tão complacente com aqueles que se encontram no banco dos réus. Não faz muito tempo desde que uma amiga dele desabafou sobre algumas atitudes impensadas do seu noivo, e ele ressaltou, entre outros pontos, quantas coisas eles viveram juntos, coisas que não são para jogar fora assim do nada. Não deu outra: logo depois o noivo dela aprontou de novo.
Destarte, diferente de outras ocasiões, dessa vez meu caro amigo proferiu uma frase que me pareceu deveras sensata.
- Se uma pessoa lhe faz mal uma vez, a culpa é dela. Se duas, a culpada é você.
Ora ora, veja só! Mas é claro! Essa frase um tanto quanto anti-cristã ensina algo que tem todo sentido seja em relacionamentos amorosos ou com amizades também. Acredito que não se trata de se tornar uma pessoa rancorosa, não obstante significa entender que quando uma pessoa comete uma falha grave com você é hora de você deixá-la se foder. As pessoas cometem erros na vida, é fato. Entretanto, se essa pessoa errou comigo, eu não tenho a obrigação de aceitá-la ainda. Ela pode seguir em frente e ver a merda que fez. Parece que quando perdoamos certas atitudes, as pessoas perdem o respeito e se sentem no direito de fazerem o que bem entendem. Há relações que ficam completamente esvaziadas, sem confiança e repletas de mágoas que só fazem atravancar a nossa vida.
Por isso que, se quando eu era uma boa cristã eu defendia que devemos perdoar "setenta vezes sete", e, depois de um tapa, "oferecer a outra face", hoje acredito que devo contar até sete para a pessoa sumir da minha frente e, após "baterem na minha face", devo fazer a egípcia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário