sexta-feira, setembro 15, 2006

Sem limites


Fui ver Trainspotting hoje na Bicen com a esperança de que seria um filme legal. Entretanto, ao mesmo tempo, estava apreensiva porque ultimamente tenho cometido equívocos com relação a filmes. Tipo, eu achava que As horas seria O filme, mas fiquei irritadíssima com aquela Virginia Woolf estereotipada e todo aquele melodrama. Enfim, mas Tranispotting é muito bom, cara. Nunca vi um filme sobre drogas daquele jeito.

Os filmes sobre drogas são muito "drogas, nem louco". Aquela coisa Leonardo DiCaprio chupando o pau do velho pra suprir o vício, e Cristiane F., drogada e prostituída. Sabe, um negócio educativo? Pois Trainspotting não. Num primeiro momento, achei até que o filme estava glamourizando as drogas. Que nada! Depois da cena em que eles encontram um bebê morto esquecido no porão pelo descaso deles, tão ocupados usando heroína, percebi que não era nada disso.

O filme fala de drogas do jeito que os pais não querem falar na sala de jantar. Mostra o prazer, sim, porque ele existe, oras! E a gente vê também um cara fudido tendo alucinações com um bebê morto. Sem apologia, sem lição de moral.

No fim do filme, nada do clichê do cara recuperado dando palestras para adolescentes em escolas. Ewan Mcgregor, o nome do personagem eu não me lembro agora, sai em busca da sua velha heroína, e pergunta: Será que essa é a última, ou é a última das últimas?

Nenhum comentário: