segunda-feira, novembro 26, 2007



Câmeras fográficas, repórter maquiada se preparando pra ser filmada, mais jornalistas do que público. Tudo isso pra assistir a uma exposição de xilogravuras financiada pelo Programa BNB de Cultura, e apoiada pela Secretaria de Cultura do Estado. Tratavam-se de xilogravuras feitas por crianças e adolescentes de escolas públicas residentes em pequenos municípios de Sergipe. Os meninos e meninas estavam lá para presenciar a exposição, que mais parecia palco para personalidades "importantes" desfilarem a sua enorme estima pelas autênticas manifestações culturais do povo brasileiro. As paredes da biblioteca que abrigava a exposição estavam repletas de xilogravuras produzidas por crianças e adolescentes que aprederam em alguns poucos meses as técnicas milenares da xilogravura mescladas à tradição da literatura de cordel.

Eu estava lá para escrever uma matéria de assessoria de imprensa, e tinha a impressão de que já tinha visto cenas parecidas em outros lugares: mais jornalistas, mais grandes personalidades do que público em si, do que gente que foi ali só pra dar uma passada. Observava os fotógrafos tentando disfarçar nas imagens que ali havia pouquíssima gente. E eu tinha que fazer o meu papel de repórter, então dirigi-me a um pirralho pra lhe perguntar sobre sua xilogravura.

- E aí, o que você quis retratar nesse desenho?

- Moça, na verdade eu queria fazer um retrato da minha mãe, só que não deixaram. Disseram que era pra fazer alguma coisa de cultura popular.

2 comentários:

Anônimo disse...

caralho, tolheram a imaginação do menino.. meu deus do céu..
a cultura popular é feita de que? de mães, pais, filhos, avós..

tatiana hora disse...

também acho, amiga!